A luz do Bob Esponja

Eu juro que não faço de propósito. É que eu sou assim mesmo, um cara meio esquisito. Digo isso porque, sempre que volto a conversar com o Cassius Pucci Cordeiro, diretor de fotografia do meu curta-metragem (Espelho), ele se recorda dessa história. A questão é que eu queria uma iluminação XYZ para nosso filme, cujo desenrolar tem como único cenário uma sala de cinema.

O hippie reacionário

Sempre dou muita risada quando vejo o Erik Cartman, o gordinho do South Park, xingando alguém de hippie. (Isso sempre me lembra uma ex-namorada que, ao passear por feiras de artesanato, costumava reclamar: “Ai, que cheiro de hippie”.) O que eu nunca imaginei é que alguém chegaria um dia a …

Humanose

Montes de peregrinos lavando a poeira e o cascão de centenas de quilômetros de andanças, corpos sendo cremados às margens (a cinza voando em direção às águas), gente comendo e molhando a comida na água, provavelmente muita gente urinando porque – puts, grila – não é possível que mijem nas piscinas de Caldas Novas e centenas de milhares de pessoas não mijem no Ganges.

Sobre novos autores

Após me deparar com tantos escrivinhadores confessio(ba)nais, com tantos vomitadores de surubas existenciais, com tanta gente que não conhecia a necessidade de, arriscando-se a cair no abismo, sempre dar ainda outro passo para atrás – e só então verdadeiramente apreciar e apreender um quadro geral da existência digno de ser narrado –, desenvolvi um reflexo condicionado bastante comum: cada vez que me falavam dum suposto “novo autor”, sacava minha pistola.

O dia em que a Terra parou

Toda invenção humana não almeja outro fim senão a vitória sobre as limitações impostas pelo tempo e pelo espaço. E sei que não preciso citar muitos exemplos para provar tal afirmação. Uma simples meditação sobre os artefatos tecnológicos que nos cercam já constitui uma fonte de indícios demasiado ampla. Até …

A culpa é da sociedade

Se você é da sociedade, se você faz parte dela, mais dia menos dia estará atrás das grades, sejam estas grades as da sua casa ou prisão, sejam elas as das fronteiras do seu estado, cidade ou país, sejam elas as dos limites do que pode ser pensado, criado, informado, expressado, consumido…

Gimme Shelter: brincando com o fogo do inferno

Imagine a cena: um sedutor Mestre de Cerimônia de ar andrógino e cabotino sobe no palco duma região distante e – protegido por anjos do inferno que se põem à sua volta – berra à assistência formada por milhares e milhares de pessoas, algumas pra lá de Bagdá, outras pra lá de Psychedelic Land, algumas nuas de corpo, outras de cérebro, berra a toda essa gente que ele, o beiçudo e sexy Mestre de Cerimônicas, morre de simpatias pelo demônio.

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