Soneto para Bia

Com curtos passos buscam os olhos verdes
Dum bardo homem, difuso no espaço
Sensíveis fibras – coração e braço –
Que invitas se ocultam trás frias paredes.

Da poesia não cai nas redes
Já o bardo que se crê ilha de passo.
Ilha entre outras deste mundo em estilhaço
Onde à parte são os medos e sedes.

Sós percorrem os dois paralelas vidas
Imaginando estarem os braços dados
Réus do Tempo, que do irreal corta as bridas.

Mas só finda o arquipélago humano
Se o Eterno, sem imagens e fados
Faz Silêncio do querer tirano.

(BSB, 10/12/1996)
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