Soneto do Pseudo-artista

Conheço um homem que se diz artista
Pois crê a tudo ver sagazmente
E desligado dos fatos da mente
Acha que segue, da Arte, uma pista.

Entretanto, coitado!, não a vê
Posto que a arte não está no tal mundo
Neste mundinho pintado no fundo
Daqueles a quem só resta a TV.

Inépcia valer-se ele do que encontra
— se O Encontro não aceita esse aparte —
Para criar o que se lhe vai contra.

Se eu fosse você, ó Grande Gênio
Aprenderia da direção a arte
E correria num Grande Prêmio!

(BSB, 1995)
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